A Holanda, sempre na vanguarda de iniciativas tecnológicas sustentáveis e pró-meio ambiente, surpreende mais uma vez o mundo com um ousado projeto que aumentará sua matriz energética limpa: a construção da primeira usina de energia solar flutuante do planeta!
Batizado de Zon-op-Zee (“Sol no Mar”, em tradução livre), a usina flutuante será inteiramente construída sobre o mar. A China e o Reino Unido já construíram usinas solares em superfícies de água, mas fizeram isso em lagos e com fins apenas acadêmicos.
A usina solar holandesa levará três anos para ser construída, com previsão de entrega até 2022. Trata-se de uma parceria entre a iniciativa privada, centros de pesquisa especializados da Holanda e da União Europeia e o governo de Amsterdã.
Segundo Allard van Hoeken, fundador da Oceans of Energy, empresa que constrói usinas de energia renovável, o projeto Zon-op-Zee contará com 2,5 mil metros quadrados de painéis solares até 2022.
Allard van Hoeken, premiado como engenheiro do ano em 2015, afirmou que o projeto é desafiador, pois terão alguns desafios pela frente, como por exemplo, enfrentar ondas enormes e outras forças destrutivas da natureza. O projeto é inédito e especial, algo parecido nunca foi apresentado antes. A usina tem o apoio e financiamento do governo holandês e a expectativa é que a inauguração da mesma seja em, no máximo, três anos.
A ideia do projeto da usina flutuante surgiu pela falta de terra na Holanda, que não permitia que grandes projetos saíssem do papel no território nacional. Instalar os painéis solares para gerar energia limpa em uma plataforma no meio do mar foi uma solução inovadora! Se o projeto atingir um bom desempenho, é estimado que a produção de energia no mar seja 15% mais alta que a produzida por painéis instalados em terra.
O Relatório Nacional de Tendências Solares em 2018 mostra que a energia solar pode cobrir até 75% do fornecimento total de energia na Holanda. O governo do país espera que até 2050 todas as residências tenham adotado algum tipo de energia limpa. Isso serve de incentivo para muitos países!
Uma grande vantagem é que há muito sol no mar, além disso, outro benefício para o projeto é o sistema de resfriamento para os painéis, que aumenta a produção em até 15%. A Universidade de Utrecht também está contribuindo com o projeto, irão analisar a produção de energia no protótipo em alto-mar. Os painéis serão ancorados entre turbinas eólicas já existentes e conectados aos mesmos cabos, transportando energia eficientemente para os consumidores finais.
Além desse projeto Allard van Hoeken, fundador da Oceans of Energy, contou que um consórcio composto por produtores de energia, cientistas e pesquisadores planejam operar 2.500 metros quadrados de painéis solares flutuantes em 2021. Outros projetos de usinas flutuantes já ocorrem em outras regiões do mundo, como por exemplo, em nosso próprio país, na região do Amazonas, onde outra usina solar fotovoltaica começou a ser produzida.
O desempenho dos painéis solares será até 15% maior e mais eficiente do que aqueles que estão em operação em terra firme.
A Universidade de Utrecht tem sido a instituição responsável por embasar cientificamente todo o escopo de operações da futura usina solar flutuante.
Para endossar os estudos de viabilidade da Zon-op-Zee, a universidade convidou especialistas em ecologia marinha que agora monitoram e avaliam o possível impacto ambiental de uma usina solar com tamanha magnitude em alto mar.