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A onça-pintada, símbolo da Fauna brasileira, está em real risco de extinção

Um dos animais mais simbólicos da fauna brasileira, a onça-pintada, está definitivamente ameaçada de se ser extinta de seu bioma natural: a Mata AtlânticaRestam cerca de 300 desses felinos vivendo em seu hábitat, segundo informa um estudo publicado pela revista Scientific Reports e divulgado pelo site .

Desde 2014, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos e Carnívoros (Cenap), do Ibama, já havia alertado sobre o risco de extinção da onça-pintada. Hoje, os poucos indivíduos da espécie vivem de forma isolada em pequenas populações encontradas no Brasil, Paraguai e Argentina segundo a pesquisa, que traz o mais recente levantamento sobre a população de onças-pintadas na Mata Atlântica.

Principal predador extinto

causa do declínio populacional desses animais deve-se ao desaparecimento de cerca de 85% da Mata Atlântica. Hoje, restam, apenas, 7% de florestas em bom estado de conservação. Além disso, as onças-pintadas são perseguidas por caçadores e fazendeiros.

Segundo o estudo: “Perda e fragmentação de hábitat são as principais causas de declínio das onças-pintadas, mas a mortalidade induzida pelo homem é a principal ameaça às populações remanescentes”. Com isso, a Mata Atlântica pode tornar-se a primeira floresta do mundo a ter seu principal predador extinto.

poder público também tem responsabilidade sobre essa questão, pois a ele cabe ações para a manutenção da biodiversidade e para o combate às mortes dos animais, já que a caça predatória visa ao comércio ilegal de pele e carne das onças e com a caça retaliatória os proprietários rurais visam a atacar o rebanho.

A onça-pintada é o maior predador da Mata Atlântica (AF), ícone da biodiversidade altamente ameaçada que ocorre no Brasil, no Paraguai e na Argentina. Ao combinar conjuntos de dados de 14 grupos de pesquisa em toda a região, determinamos o status populacional da onça-pintada e propomos uma priorização espacial para ações de conservação. Cerca de 85% do habitat da onça-pintada na FA foi perdido e apenas 7% permanecem em boas condições. Os jaguares persistem em cerca de 2,8% da região e vivem em densidades muito baixas na maioria das áreas. A população de onças-pintadas na FA é provavelmente menor que 300 indivíduos espalhados em pequenas subpopulações. Nós identificamos sete Unidades de Conservação de Onça-pintada (JCUs) e sete JCUs potenciais, e só três destas áreas podem ter ≥50 indivíduos. Uma análise de conectividade mostra que a maioria das JCUs está isolada. A perda e a fragmentação do habitat foram as principais causas do declínio do jaguar, mas a mortalidade induzida pelo homem é a principal ameaça para a população restante. Classificamos as áreas de acordo com sua contribuição para a conservação da onça-pintada e recomendamos ações de manejo para cada uma delas. A metodologia neste estudo poderia ser usada para o planejamento de conservação de outras espécies de carnívoros.

O desmatamento fez a população de onças-pintadas na América do Sul diminuir drasticamente e praticamente eliminou a espécie da América Central.

Esse gatão consta nas listas de espécies ameaçadas de extinção do ICMBiocomo Vulnerável, mas seu status de conservação varia em diferentes biomas. Na Caatinga e Mata Atlântica, por exemplo. a espécie se encontra Criticamente Ameaçada de extinção.

Considerando que trabalhar a coexistência entre gente e onças é crucial para a sobrevivência da espécie (aliás, isso vale para todos os grandes gatos), umas das estratégias de quem trabalha com a conservação da espécie é tentar mudar a percepção que as pessoas têm das onças.

Ao invés de um animal “nocivo” e necessariamente perigoso, buscar fazer as pessoas enxergarem este gato magnífico com outros olhos, de admiração, de amor e cuidado. Mas para isso é preciso falar sobre onças. E falar muito. Envolver, informar, conectar.

Muito do medo que as pessoas têm da onça-pintada vem da falta de informação. A informação “mata” o medo, e abre espaço para que o encantamento possa entrar.

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