Segundo a Nasa, o planeta Terra se tornou mais verde na comparação com 20 anos atrás. Mas como isso seria possível, considerando todo o desmatamento na Amazônia – e em outras grandes florestas, como na Indonésia, Congo e Rússia – que temos testemunhado nos últimos anos?
A própria Nasa explica: segundo relatório, este aumento nas áreas foliares globais se deve basicamente aos dois países mais populosos do mundo: China e Índia. Mas se deve, também, à expansão de áreas agrícolas “verdes”. Os pesquisadores notaram que, durante essas duas décadas, essa área foliar aumentou o equivalente a toda cobertura da Amazônia.
A China contribui para este cenário por meio de programas implementados para conservar e expandir suas florestas – uma estratégia para reduzir os efeitos da erosão do solo, a poluição do ar e as mudanças climáticas. Já a parte indiana cabe ao efeito inverso: a expansão do verde se deve mais à ampliação agrícola do que ao aumento das florestas em si.
O que ambos os países têm em comum é o aumento na produção de legumes, grãos e frutas – entre 35% e 40% desde 2000.
Mas nem todo verde é positivo, de acordo com os cientistas da Nasa. As áreas agrícolas na Índia acabam contribuindo para uma versão que não passa muito da imagética sobre a saúde do planeta.
O país ainda corre risco de entrar em uma crise por falta d’água: o aumento na produção de alimentos depende da irrigação das águas subterrâneas. Se essa água acabar, a tendência pode mudar.
No entanto, os autores do estudo publicado pela Nasa destacam que, em geral, são boas notícias para o planeta. Em comunicado reproduzido pela BBC, Rama Nemani, pesquisador do projeto da agência espacial norte-americana, ressalta que “nos anos 70 e 80, na Índia e na China, a situação da perda de vegetação não era boa, e hoje as coisas melhoraram”.
Os cientistas, entretanto, alerta para o risco do aumento da produção em países com alta densidade populacional, caso da Índia, que precisa dar conta de uma grande demanda. Na região Amazônica atingida por incêndios e desmatamento, os danos são irreversíveis, dizem eles.
“As consequências para a sustentabilidade e a biodiversidade desses ecossistemas permanecem.